Recuperação de dependentes de drogas: afinal, qual é o papel da família?

A recuperação de dependentes de drogas é um processo delicado e deve contar com o apoio familiar para que haja sucesso. Ainda que exista o amparo de uma clínica, é importante ter em mente que ela é apenas o impulso, um dos primeiros passos, para que o caminho seja bem traçado.
É na família o principal lugar que o indivíduo encontra respeito, carinho, compreensão e amor incondicional, características imprescindíveis para que desenvolva força e consiga se reerguer, tendo o objetivo de escolher um futuro mais promissor.
É ela que dará motivação, confiança e conforto para que a pessoa lide com a situação da melhor maneira.
Sabendo dos desafios e querendo ajudar você a oferecer o suporte que o seu ente querido merece, preparamos essa leitura. É só seguir nas próximas linhas!
Os principais desafios enfrentados pela família
Nem todo dia é fácil. Às vezes, conseguir enxergar uma luz no fim do túnel parece algo impossível. Nessa caminhada, normalmente a família se depara com grandes desafios, mesmo antes de um diagnóstico de dependência química.
Por exemplo, o fato de não haver um perfil específico para identificar quem é dependente dificulta identificar, no começo, quem é usuário. Em alguns casos, mesmo a pessoa tendo grandes regalias na vida, acaba se tornando um dependente de drogas ou álcool.
Os sintomas e comportamentos também nem sempre são claros, já que podem ser confundidos com outras doenças, como depressão, ansiedade, insônia. Somado a isso, também é comum nos depararmos com um membro codependente, pelo fato de se anular, para viver em prol do outro.
Por essas e outras, paira uma enorme angústia na família, que passa por períodos de verdadeira apreensão.
Como a família pode ajudar
Contudo, para que haja vitória, é necessário que a família siga os seguintes passos, durante a recuperação de dependentes de drogas.
Aceitar a reabilitação
Algumas vezes, o dependente se nega a aceitar que precisa de ajuda, já que não consegue enxergar sua situação com seriedade. Nesse caso, cabe à família o papel de entender que essa pessoa necessita de um amparo profissional.
Também há as situações em que a família acredita que a ajuda religiosa pode ser o suficiente. Apesar de o campo espiritual acolher em diversas situações, é importante compreender que o uso de substâncias químicas provoca alterações em todo o organismo, tornando, de fato, essa pessoa dependente delas.
Devido a isso, o indivíduo precisa de uma intervenção mais profissional, que combata a desintoxicação do corpo e da mente, para que haja continuidade no tratamento.
Participar dos grupos de apoio
Estar em contato com pessoas que passam pelas mesmas dores nos dá mais força para enfrentarmos as nossas. A troca de experiências e o acolhimento nesses grupos enriquecem nossas vivências, a fim de que estejamos mais bem preparados para qualquer conflito, quando surgir.
Passar por todo esse sofrimento sozinho é árduo demais. O fato de perceber que existem outras famílias enfrentando momentos parecidos, sentindo o mesmo medo, a mesma angústia, a mesma incerteza etc. costuma trazer uma sensação de compreensão, o que é importante para a cura familiar, também.
Enxergar outras realidades aumenta nossa esperança e resiliência, dons importantes para a superação. Além do mais, os grupos contam com apoio de profissionais da saúde, que podem orientar com clareza, colaborando para ressignificarmos a vida a partir do problema.
Ajudar na ressocialização
É comum que o dependente químico perca, aos poucos, os vínculos e algumas das conquistas que construíram. Emprego, estudos, amigos, colegas são deixados pela estrada, o que diminui os pilares nos quais o dependente poderia se apoiar.
No contexto da exclusão, a melhora do indivíduo se torna bem mais difícil. O papel da família, então, é dar a assistência necessária, para que ele estabeleça, aos poucos, outros vínculos importantes. Incentivar sua reinserção em situações que o ajudem a ganhar mais autoconfiança e autonomia faz parte desse passo.
Uma das fases mais difíceis na recuperação é quando o indivíduo se sente em condições de voltar e reerguer sua vida, mas se depara com aquilo do qual ele tanto fugiu no passado. Quanto mais alicerces ele tiver, menor será a chance de recaídas.
Acompanhar de perto o tratamento
Muitas vezes, existe um pensamento que, ao internar o dependente na clínica, a família o buscará, após um tempo, totalmente curado. Essa ideia é equivocada, já que o êxito do tratamento depende, primordialmente, da ajuda da família, que é com quem o dependente continuará após ter alta.
Assim, ao conhecer de perto o tratamento que é realizado, a família tem mais condições de dar o apoio que o dependente necessita.
Ler sobre o assunto
Ler sobre o assunto e entender conceitos importantes nos ajuda a perceber qualquer necessidade de ajuda e nos prepara às fases que virão.
Entender como acontece a dependência no cérebro, quais os fenômenos comportamentais e fisiológicos, o que acontece na abstinência, quais os fatores de risco, quais os sintomas de vício e de recaída são alguns dos exemplos.
Procurar ajuda para si
Por mais que o usuário tenha suas dificuldades, é, geralmente, a família quem mais sofre com as consequências. A confiança no dependente é quebrada, a esperança de um futuro diminui e alguns laços chegam a ser destruídos.
Assim, cuidar de si próprio é fundamental para estar forte e equilibrado, a fim de conseguir atender as demandas do dependente químico. Se não estivermos bem, não há como encontrarmos ânimo e coragem para fazer o nosso papel.
Nesse contexto de sofrimento e de sensação de impotência, é comum um familiar desenvolver a codependência, como ressaltamos anteriormente. Porém, viver em função do outro não é saudável nem para si, nem para o próprio usuário. Quando isso existe, é fundamental uma ajuda para quebrar a dinâmica.
A recuperação de dependentes de drogas exige um comportamento ativo da família, que é o espaço no qual o indivíduo costuma encontrar a estrutura indispensável para se reconstruir. O amor, a paciência e a fé são essenciais para a efetividade do tratamento.
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